quarta-feira, 5 de junho de 2013


CLÁSSICO FILME DA OBRA DE GLACILIANO RAMOS!
ASSISTÃO E COMENTEM O QUE VOCÊS ENTEDERAM....

quarta-feira, 17 de abril de 2013


Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças


O Brasil, nos últimos 100 anos, passou da condição de país de destino para a de país fornecedor do tráfico internacional de mulheres e crianças. Hoje, apesar de saber que estamos combatendo esse crime, não conheço estatística confiável entre nós para fornecer uma precisa ideia de sua extensão. É certo que o País está às voltas com o tráfico de mulheres, sobretudo para fins de exploração sexual, sendo um dos pontos centrais de prevenção do Ministério da Justiça. Mas o tráfico de mulheres brasileiras para fins sexuais no estrangeiro é uma questão sempre referida nas cifras de organizações internacionais, embora pouco noticiado nos órgãos de imprensa nacional. Por isso, creio haver um abismo entre a realidade e os números de fatos apurados pelos órgãos da persecução penal.

Não obstante não termos cifras recentes, alguns números emergem e causam estarrecimento. De acordo com a Fundação Helsinque para os Direitos Humanos, 75 mil mulheres brasileiras estão, atualmente, envolvidas no mercado sexual na União Europeia. O tráfico de seres humanos no Brasil configura-se em direção à exploração sexual de mulheres e meninas, adoção internacional ilegal, turismo sexual e trabalho forçado, sendo admitido como uma realidade dentro dos limites territoriais do País.

As rotas de tráfico se espalham por vários Estados brasileiros e têm ramificações em muitos países. Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia, Tocantins, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Ceará são os mais recorrentes, tanto nas poucas notícias divulgadas pela imprensa como nos inquéritos e processos instaurados pela Justiça brasileira. E os países de destino mais frequentes das vítimas de tráfico são Espanha, Alemanha, Suíça, Israel, Paraguai, Holanda, Japão, Portugal e França.

As agências internacionais têm ressaltado o caráter diferencial do tráfico de crianças em comparação com o tráfico de mulheres. Em geral, esse diferencial decorre da condição específica de vulnerabilidade da criança. Mas, mesmo com as recorrentes campanhas de conscientização, ainda permanece alguma confusão no tocante a distinguir o tráfico de outras práticas de abuso.

Trata-se de um fenômeno complexo que compreende uma série de atos à primeira vista isolados. Nem sempre são ilegais, embora pareçam sempre imorais. É a combinação entre a movimentação e a exploração que o caracteriza.

Estimativas da ONU, do Departamento de Estado dos Estados Unidos e de Organizações Internacionais da Sociedade Civil especializadas em direitos humanos assinalam que o tráfico de seres humanos atinge o número de 2 milhões de pessoas, em sua grande maioria mulheres e crianças.

Essas pessoas traficadas mundialmente, provenientes, em sua maioria, de países do chamado Terceiro Mundo (Ásia, África, América do Sul e Leste Europeu), são encaminhadas preferencialmente para os países desenvolvidos (Estados Unidos, Europa Ocidental, Israel e Japão), onde são submetidas à exploração sexual, a condições similares à escravidão e a trabalho forçado. O tráfico internacional de seres humanos se confunde, muitas vezes, com o contrabando de imigrantes, mas possui características diferentes.

É, sem dúvida, uma atividade lucrativa, pois o “custo do crime, ao contrário do tráfico de drogas e de armas, que impõem a compra dos objetos materiais para revenda, no tráfico de pessoas a “aquisição” de uma vítima somente requer a compra de uma passagem de avião.

Segundo dados do Escritório da ONU para o Controle de Drogas e Prevenção do Crime (ODCCP) são movimentados, anualmente, valores que giram em torno de 12 bilhões de dólares.

Estimativas internacionais apontam o Brasil como um dos principais países da América Latina a contribuir para o tráfico internacional. São milhares mulheres brasileiras traficadas para a Europa, segundo as estimativas.

As suspeitas relativas à extração de órgãos nunca foram claramente comprovadas. Mas, infelizmente, os parcos dados disponíveis no País somente permitem uma primeira aproximação da real dimensão do problema.

Vários países têm envidado esforços no sentido de ter uma visão mais nítida do problema e, assim, relatórios têm sido divulgados na Europa, na Ásia e na América. O Departamento de Estado dos Estados Unidos, particularmente, divulgou um levantamento global sobre o tráfico e procurou estabelecer padrões mínimos para seu combate e proteção das vítimas. A grande maioria dos países, não segue integralmente tais padrões.

O País ainda não conta com legislação específica sobre o tema, não obstante algumas formas de exploração de pessoas estejam contempladas na legislação penal. Evidentemente, há uma maior visibilidade pública do problema e, no ano de 2000, o Brasil foi anfitrião da Primeira Conferência Internacional sobre Tráfico de Seres Humanos, numa iniciativa do Ministério da Justiça e do ODCCP, escritório Brasil. Em dezembro de 2000, foi assinada, em Palermo, na Itália, a Convenção contra o Crime Organizado Transnacional.

Em junho de 2010 o Brasil voltou a ser criticado pelos Estados Unidos por não cumprir padrões mínimos para eliminar o tráfico de pessoas, apesar de terem sido reconhecidos esforços nesse sentido (O Estado de S. Paulo, 15.6.2010), estimando-se em 12,3 milhões o número de vítimas de trabalho e prostituição forçados no mundo. Em relatório, o Brasil é considerado “fonte de homens, mulheres, meninos e meninas para prostituição forçada no país e no exterior e trabalhos forçados” em solo nacional. O texto menciona que o Governo realizou “grandes esforços” na prestação de serviços às vítimas de tráfico sexual. Alertou, porém, para o fato de que o número de condenações caiu. Mulheres e crianças brasileiras, particularmente de Goiás, são citadas como vítimas de prostituição forçada em países como Espanha, Itália, Reino Unido, Portugal, Suíça, França e EUA.

Diante da questão, que é real, nossos esforços, embora existam. ainda são diminutos, especialmente estaduais. Em 2002, quando realizamos ma pesquisa sobre o tráfico, algumas autoridades estaduais disseram que não tinham dados; outras, responderam um ano depois de terminada a pesquisa.

segunda-feira, 15 de abril de 2013


CARTA ESCRITA EM 2070 DC
 
Documento extraído da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos" de abril de 2002.
 Um exercício de imaginação, que está para além da ficção. Preocupante por vermos que diariamente se desperdiça um recurso tão importante e que não é inesgotável.
  
   Ano 2070. Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo.  Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
   Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar 
 de um banho de chuveiro.. .
   Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele.
Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.
   Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA  DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava - pensávamos que a água jamais podia acabar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão Irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado já que as redes de esgotos não se usam por falta de água.
   A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já
 não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
   A industria está paralisadas e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos em água potável os salários.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética.
  Pela ressequidade da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. 

   Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível.
  Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de  árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e como conseqüência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações. 

   O governo cobra-nos pelo ar que respiramos (137 m3 por dia por habitante adulto). As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". 
Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia  solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar. A idade média é  de 35 anos.
   Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio,  que é fortemente vigiado pelo exercito. A água tornou-se num tesouro muito cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há arvores, porque quase nunca chove e quando se registra precipitação, é chuva ácida. As estações do ano tem sido severamente alteradas pelos testes atômicos.
   Advertiam-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder  pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente, ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água? Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, porque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
   Como gostaria voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta Terra!